No Brasil, existe um ditado popular que afirma que “mentira tem perna curta”. No ambiente corporativo, a frase não foge à regra, já que, mesmo antes de o profissional entrar na empresa, os recrutadores estão atentos às informações passadas.
O gerente de Projeto do Grupo Foco, Rudney Pereira Junior, afirma que, embora anti-ético, acontece de as pessoas mentirem tanto no currículo como na entrevista de emprego. As mentiras contadas variam de competências até a formação. “A mentira em processos seletivos é mais comum do que se imagina, principalmente no currículo".
Entre as mentiras mais contadas, estão o conhecimento em idiomas e cursos complementares de formação. Ele acrescenta ainda que muitas pessoas mentem em relação às viagens realizadas ao exterior, tornando um passeio em uma experiência profissional.
Currículo
Segundo o especialista, as mentiras escritas no currículo são mais difíceis de serem descobertas à primeira vista. “Nós partimos do princípio que a pessoa está falando a verdade e que está a fim de participar do processo de maneira honesta”, declara.
Entretanto, estas mentiras podem vir à tona quando a empresa pedir um documento para comprovação, como um diploma ou certificado de conclusão de curso. Geralmente, estes comprovantes não são solicitados durante o processo seletivo, mas no momento da admissão do profissional.
“Se o profissional mentiu e ele foi admitido, a empresa pode desistir de contratá-lo, porque nesta situação existe quebra de confiança”, explica Pereira Junior.
Entrevista
Já as mentiras contadas pelo profissional durante a entrevista com o recrutador são mais fáceis de serem detectadas. De acordo com Pereira Junior, o entrevistador desconfia quando o candidato não consegue responder às perguntas relacionadas às competências exigidas ou experiências de trabalho.
“A pessoa se enrola. Ela não consegue sustentar aquela mentira e nós exploramos ao máximo esta situação. O profissional mostra insegurança, o que é diferente do nervosismo”, diz.
Além disso, os recrutadores podem checar as informações passadas pelo candidato por meio da empresa anterior em que ele trabalhou, pedindo uma carta de referência ou mesmo por telefone. Outra prática utilizada é acessar as redes sociais, como o Linkedin, Eacademy, entre outras.
Carreira prejudicada
Contar uma mentira no processo seletivo prejudica tanto a empresa como a carreira do profissional. Para a empresa, o problema é o tempo perdido com aquele candidato. Já para o profissional, a imagem e a confiabilidade ficam abaladas.
Fonte: InfoMoney